domingo, 31 de janeiro de 2016

Por que Júnior ficou apenas duas semanas no Corinthians!

Vanderlei Lima
Do UOL, em São Paulo

Tiro curto no Corinthians

No Corinthians, me venderam um projeto que não era verdade, me contaram uma história que iria acontecer e a história nem ia acontecer, não ia acontecer porque não tinha grana, tinha um monte de coisa que não ia acontecer e eu só fui perceber isso depois. Então, as pessoas falaram: 'pô o cara é maluco, amarelou'.

É duro quando você infelizmente vê a coisa depois de quando está dentro do processo. Eu gostaria ter tido essa possibilidade antes de aceitar, porque a primeira coisa que eu achei estranho foi quando eu estava discutindo valores. Fiz o pedido e eles aceitaram na hora. Eu conversei com o meu tio, que é advogado. Nós fizemos mais de 20 contratos na minha carreira e sempre houve negociação. Desta vez, no Corinthians, não houve negociação. Só depois eu fui entender o porquê, porque eles queriam um cara com credibilidade, com nome, para estar ali para aparar aquele raio todo.

Eu não falei nada, não posso dar para o Corinthians o que ele precisa de mim. Quando chegou o Campeonato Paulista, só não foi rebaixado pelo Grafite que fez aquele gol (pelo São Paulo). Foi aí as pessoas começaram a dizer que era um cara de visão. O futebol é bem simples, se você não tiver material humano, se você não conseguir pagar em dia, você não vai a lugar nenhum. Infelizmente, aconteceu isso, e eu passei como um cara que desistiu do Corinthians. Mas foi muito pelo contrário. Digo isso sempre: 'se eu tivesse treinado o Corinthians em outro período, eu certamente estaria lá até hoje'. Não sei nem se como treinador, mas estaria trabalhando na instituição pela grandeza, pela dimensão, por tudo o que eu vi, por pouco tempo que eu passei lá. Só que na posição de treinador você não pode ficar aparando raio toda hora. Eu preferi sair para evitar realmente que tivesse consequência maiores. Muitos ex-colegas, que gostariam de ir para o meu cargo naquela época, começaram a falar um monte de besteira e depois tiveram que se retratar porque viram que não era nada disso. Na época, o presidente era o seu Alberto (Dualib), tinha o Citadini, estava o Andrés, o Edgar Simões, tinha o Moraci Santana, Jairo Leal. Eu fiquei duas semanas.


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